20 julho 2007

Urban Freestyle Soccer


¤ Nome: Urban Freestyle Soccer
¤ Produtor: Acclaim Studios
¤ Distribuidor: Acclaim
¤ Sistema Requerido pelo Fabricante: PIII 1GHz, 256 Mb RAM, Win 98/ME/2000/XP, placa de vídeo 3D c/ 32 Mb compatível c/ DirectX 9, CD-ROM 4X.
¤ Sistema Sugerido por mim "RENATOKL": Athlon XP 2.0+, 512 Mb RAM, placa de vídeo com 64 Mb (ATI ou nVidia), CD-ROM 40X.
¤ Jogos Parecidos: Pro Beach Soccer, Fifa Street...
¤ Estilo: Esporte/Futebol


Introdução:
Não é exagero afirmar que, os norte-americanos, líderes mundiais em diversas modalidades esportivas, têm a praxe de adaptar qualquer estilo desportivo – desde que originadas em outras localidades geográficas – e moldar à capacidade de sua própria nação, formando profissionais dedicados e fazendo o seu país ainda mais soberano em quase todas competições.
Levantando o sentido literário da palavra, “adaptar” nada mais é do que amoldar, tornar apto, adequar uma prática cultivada de um país a outra cultura, englobando desta forma esportes com regras idênticas, porém meios de execuções relativamente distintos. Para visualizarmos um exemplo, vejamos hoje o futebol, que nasceu na Inglaterra (embora já existam provas de que o berço foi a China), e se disseminou por centenas de pátrias; mesmo se baseando em regras globais, cada região do mundo apresenta um estilo diferente de jogo, certamente porque o futebol se adaptou às condições destes países, e se desenvolveu de forma diferente em cada local.
Não mais que um pequeno conceito, a idéia acima serve para explicar a razão dos americanos, os mesmos que deram inicio a introdução, conseguirem distorcer a imagem de esportes nos quais nem eles mesmos sagram-se campeões. Urban Freestyle Soccer (ou Freestyle Street Soccer como será chamado especialmente nos EUA) é mais um exemplo clássico desenvolvido pela famosa Acclaim Studios, utilizando desta vez o futebol, e como ele seria se fosse inventado pela cultura americana dos dias de hoje.



Jogabilidade:
Nada tão espetacular, a concepção de Urban Soccer é das mais chulas possíveis: times de quatro integrantes, reunindo gangues, rappers, rastas e residentes da periferia do mundo todo para bater uma pelada. Se fosse no Brasil, teríamos o futebol de salão, mas os filhos do tio Sam criaram uma mescla de brigas de rua com o esporte, o que não podia ir muito aquém da imaginação deles. O resultado é um game bastante arcade, sem muitos fundamentos e com o objetivo de fazer gol de formas bonitas e impossíveis.
Para torná-lo mais característicos a outros títulos americanos, o jogo exige mais do aprendizado em concluir combos e pontuar incansavelmente do que se concentrar na partida. Lembrado que o game não é nenhum Tony Hawk Pro-Skater, Kelly Slater´s Pro Surfer, Dave Mirra´s BMX (afinal, ele tem uma bola), todas as jogadas e passes resultam em pontos, com a finalidade única de se atingir recordes por fases, o que até aqui, nada de anormal. O controle não é tão complicado, porém os dribles “fenomenais” requerem um pouco mais do que familiaridade com os botões. A exibição dos jogadores é abusiva, sendo muito comum o goleiro inventar de rebater com uma bicicleta o chute adversário, ou o atacante querer “chapelar” o zagueiro antes de concluir para o gol; a objetividade é deixada de lado para dar espaço às extravagantes acrobacias, não demorando muito para perceber que jogar futebol fica como segunda opção. E isto passa a ser mais do que um empecilho, pois quando se pensa que basta apenas mandar a bica pro gol, o jogador pratica alguma manobra só para uma graça extra, até que o back adversário lhe resolva enfiar um soco na fuça. A violência é liberada – nem árbitro tem – e se não bater for o suficiente, pode-se atirar objetos que ficam espalhados pelo cenário.
E não pense que os pontos feitos nas manobras não são recompensados: seu uso excessivo resulta na possibilidade do “Netbuster”, uma espécie de um poderoso chute devastador, que além de lançar todos os participantes para longe, derruba até mesmo o goleiro, resultando muitas vezes em gol; se porventura o pobre arqueiro estiver na direção do tiro, o caminho para o gol ficará livre após o nocaute, considerando a demora de preciosos segundos para que todos consigam se recuperar e levantar do efeito do chute.
No game existe um total de cinco modos, sendo três do estilo carreira. No Home Turf, deve-se enfrentar em domínios opostos todos os adversários existentes, podendo aprimorar as qualidades de chutes, habilidades, velocidade e outras com a vitória de cada partida. Em Versus Mode, são as gangues que visitam seu campo, cabendo a você derrotá-los numa fatigante seqüência de nove jogos. O mais puxado é sem dúvida o Street Challenge, que reúne todos os times numa longa liga – todos contra todos – e duradoura, que somente os loucos por desafios conseguem chegar. As dez equipes retratam a escória das periferias de todas as grandes capitais mundiais (oriental, americana, latina, britânica, etc.), e até mesmo um time feminino, que por sinal consegue jogar mais bola do que muitos outros. No líquido, eles não se distinguem muito um dos outros, mas cometem os mesmos erros banais de programação. A movimentação extremamente mecânica dos jogadores não compensa a boa física da bola, e problemas como gols contras involuntários ou passes errados chegam a ser muito comum.



Áudio:
Para um bom entendedor, meia palavra basta, e não é preciso muito para descobrir que a trilha sonora dá espaço para o black, rap e um leve rock. Ao som de TLC, Method Man, Queens of The Stone Age entre outros, cada equipe adota sua música como referência, adaptando logicamente a origem do time com a banda. Outra característica marcante é o regionalismo e suas gírias, destacando o que há de pior no diálogo da periferia americana, e sofrendo variações com o forte inglês britânico. Apesar de serem dez diferentes gangues, as “carícias” que os integrantes vivem trocando dentro do campo são praticamente as mesmas, alterando apenas a entonação da voz e o personagem da dublagem; a quantidade de falas e ofensas chega a ser excessiva, facilmente irritando o jogador.

MultiPlayer:
Sem suporte ao modo multiplayer.



Gráficos:
E se em campo Urban Soccer não bate um bolão, visualmente a coisa acaba ficando pelo mesmo caminho. O efeito blur (opcional) chega a ser um pouco excessivo, cansa a vista, o que mostrou não ter sido bem aplicado. Os cenários urbanos retratam as ruas e pontos onde o futebol menos pode ser praticado, como parques, campos de basquete, ruas ou becos. Estes “estádios” apresentam diferentes dimensões e construções distintas, ressaltando a arquitetura com a origem do time. Os jogadores sofreram uma boa variabilidade de skins, com rostos e modelagens diferentes, porém todos são formados pela base de uma mesma movimentação mecânica, e facilmente nota-se que um modelo inicial serviu de padrão para ser aplicado em todos os personagens.



Conclusão:
Para seu pouco conteúdo, uma breve conclusão. Urban Freestyle Soccer é a escória de um game sobre futebol, adaptado numa visão sem muita consistência e, ainda mais para nós brasileiros, pode ser considerado um insulto. Não podemos deixar de mencionar que o game proporciona momentos de diversão, entretanto mesmo com tantas acrobacias e chutes hiper-poderosos, o jogo não evolui satisfatoriamente, e como qualquer outro título deste esporte, acaba saturando. Para criarmos um parâmetro referente à crítica, basta imaginar se resolvêssemos criar nosso próprio jogo sobre futebol americano baseado nos conhecimentos brazucas: será que eles aprovariam?
Talvez a notícia mais empolgante é que o game não deva dar as caras no mercado brasileiro, já que a Acclaim não possui representantes por aqui. Como última observação, é válido lembrar que o Urban Freestyle Soccer também deve chegar aos consoles Playstation 2, Xbox e GameCube até o final do mês, o que provavelmente vá ficar um pouco melhor, graças ao estilo arcade do título.


Prós
- É um "mano ball", cheio de gente mal encarada e sedenta por bola;
- Combos legais de se construir, porém a potência do Netbuster é insuperável;
- Trilha sonora caprichada.

Contra
- Pode ser considerado tudo, menos futebol;
- Jogo pouco desafiador;
- Satura em questão de poucas horas;
- Idéia mal explorada que denigre a imagem do esporte.


Screenshots

http://www.gamespot.com/pc/sports/urbanfreestylesoccer/screenindex.html


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